Autora:
Suellen dos Santos Alencar1;
Orientadoras:
Esp. Natália Gonçalves2.
1Acadêmica do curso de Bacharel em Fisioterapia do Centro Universitário do Norte – UNINORTE
2Orientadora. Especialista em Neurofuncional. Docente do Curso Superior de Bacharel em Fisioterapia do Centro Universitário do Norte – UNINORTE- Manaus- Am.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a Deus, pois sem Ele eu nada seria e a mim mesma, por não ter jogado tudo pro alto e ter conseguido chegar até aqui sem surtar. Obrigado.
AGRADECIMENTO
O desenvolvimento deste trabalho de conclusão de curso contou com a ajuda de diversas pessoas, dentre as quais eu agradeço: A minha orientadora Dr. Natália Gonçalves pela orientação, paciência, generosidade e carinho para comigo neste momento. À minha mãe, filho e mulher por todo incentivo, amor e paciência neste momento tão importante da minha vida acadêmica. Aos meus amigos e colegas de faculdade, que por muitas vezes, foram diretamente responsáveis por eu continuar nessa caminhada.
EPIGRAFE
“Nenhuma alta sabedoria pode ser atingida sem uma dose de sacrifício.”
As Crônicas de Nárnia
RESUMO
Introdução: Durante o período de internação em uma unidade de terapia intensiva é comum que o paciente fique debilitado devido ao tempo em que fica restrito ao leito. O fisioterapeuta irá promover um aumento de sobrevida do paciente dentro da UTI, agindo de acordo com os protocolos necessários para promover a mobilização do mesmo. Objetivo: Este estudo tem como objetivo avaliar a importância e eficácia da fisioterapia na mobilização precoce dentro da unidade de terapia intensiva (UTI) e definir de que forma o fisioterapeuta pode atuar para reduzir a perda de funcionalidade e o tempo de internação. Metodologia: foi realizada uma revisão sistemática, buscando artigos relacionados ao tema, com publicação entre os anos de 2012 a 2021. Resultados e discussões: Para melhor entendimento, foi dividido em dois, visando mostrar a importância do fisioterapeuta dentro da unidade de terapia intensiva (UTI) e mostrar de que forma este fisioterapeuta irá intervir na mobilização precoce para diminuir a perda de função e o tempo de internação. Conclusão: É de suma importância fazer com que o fisioterapeuta esteja incluído dentro da equipe multidiciplinar e que este seja presente dentro da UTI, dando todo suporte necessário para a reabilitação e qualidade durante a internação e na pós internação.
Palavras-chave: Fisioterapia. Mobilização precoce. Mobilização precoce no tempo de internação em UTI. Fisioterapia na unidade de terapia intensiva.
ABSTRACT
Introduction: During the period of hospitalization in an intensive care unit it is common for the patient to be debilitated due to the time in which he is restricted to the bed. The physiotherapist will promote an increase in patient survival within the ICU, acting according to the protocols necessary to promote the mobilization of the same.Objective: This study aims to evaluate the importance and efficacy of physiotherapy in early mobilization within the intensive care unit (ICU) and define how the physiotherapist can act to reduce the loss of functionality and the time of hospitalization. Methodology: a systematic review was conducted, seeking articles related to the theme, with publication between the years 2012 to 2021. Results and discussions: For a better understanding, it was divided into two, aiming to show the importance of the physiotherapist within the intensive care unit (ICU) and to show how this physiotherapist will intervene in early mobilization to reduce the loss of function and the time of hospitalization. Conclusion: It is of paramount importance to make the physiotherapist included within the multidisciplinary team and that it is present within the ICU, giving all necessary support for rehabilitation and quality during hospitalization and post-hospitalization.
Key-words: Physiotherapy. Early mobilization. Early mobilization in icu stay. Physiotherapy in the intensive care unit.
- INTRODUÇÃO
Para Feliciano et al., (2019), a imobilidade é um problema frequente em pacientes ventilados mecanicamente e pode contribuir para aumentar o tempo de internação hospitalar e o aparecimento de fraqueza na musculatura respiratória e periférica, prejudicando assim as suas funções e a qualidade de vida. A debilidade generalizada é uma complicação comum em pacientes internados em unidade de terapia intensiva (UTI).
A diminuição funcional em pacientes de UTI relaciona-se diretamente com o tempo de permanência na UTI e a ventilação mecânica prolongada, em decorrência da imobilidade prolongada. A mobilização precoce gera, além da melhora da qualidade de vida do paciente, benefícios ao hospital (DA SILVA SANTOS, et al., (2020).
Segundo De Castro, et al., (2019), os protocolos de mobilização precoce iniciam-se a partir do momento em que os pacientes se encontram hemodinamicamente estáveis, mesmo que inconscientes. Nesse último caso, iniciam-se o quanto antes as intervenções utilizando a mobilização passiva (MP), com o objetivo de manter a amplitude de movimento das articulações, prevenir encurtamento muscular e úlceras de decúbito.
A mobilização precoce reduz o tempo para desmame da VM e auxilia na recuperação funcional, sendo realizada através de atividades terapêuticas progressivas, tais como exercícios motores no leito, sedestação a beira do leito, transferência para a cadeira, ortostatismo e deambulação. (WINKELMAN, 2005 apud FELICIANO, 2019).
Segundo Rodrigues, et al., (2017) atualmente não existem padrões de orientações para o recondicionamento físico desses pacientes críticos e são escassas as publicações envolvendo a aplicação uniforme de protocolos de mobilização pela fisioterapia, seu efeito sobre a função pulmonar desmame da VM, qualidade de vida e tempo de estadia na UTI.
O fisioterapeuta atua sobre os efeitos causados pela imobilidade do paciente restrito ao leito, bem como, a diminuição do tempo de permanência na UTI, interferindo no processo de cronicidade e na perda da funcionalidade, para isso, utiliza-se de procedimentos avaliativos e condutas terapêuticas como a mobilização precoce. (MACHADO, et al., 2015).
Com isso, a justificativa deste artigo se dá pela necessidade de compreender a importância da fisioterapia na mobilização precoce dentro da unidade de terapia intensiva (UTI) mostrando de que forma ele pode vir a interferir nos efeitos causados pela imobilidade.
Diante do exposto, o presente artigo tem como objetivo avaliar a importância e eficácia da fisioterapia na mobilização precoce dentro da unidade de terapia intensiva (UTI) e definir de que forma o fisioterapeuta pode atuar para reduzir a perda de funcionalidade e o tempo de internação. Para isso, será apresentada uma revisão literária, que visa pesquisar em artigos científicos, bibliotecas virtuais, além de livros que relatem a mobilização precoce em UTI, utilizando-se os descritores: Fisioterapia; mobilização precoce; mobilização precoce no tempo de internação em UTI ; fisioterapia na unidade de terapia intensiva;
- REFERENCIAL TEÓRICO
Conforme Rodrigues, et al., (2017) Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é o local que, em geral, deve ser reservado para aqueles pacientes com condições clínicas reversíveis e que tem uma previsão de vida substancial. É um ambiente para monitorização e cuidados de pacientes com instabilidades fisiológicas graves em potencial que necessitam de suporte tecnológico e/ou de vida artificial.
Nessas unidades é comum os pacientes permanecerem restritos ao leito, gerando inatividade, imobilidade e disfunção severa do sistema osteomioarticular. Devido a essas alterações os pacientes acabam por aumentar de duas a cinco vezes o tempo de permanência da ventilação mecânica (VM) e no desmame ventilatório, acarretando no descondicionamento físico e a fraqueza muscular que geram problemas frequentes, os quais estão associados à maior incapacidade e à reabilitação prolongada, além de complicações respiratórias (DA SILVA PISSOLATO, et al., 2018).
Dos Santos et al., (2015) aponta uma incidência aproximada entre 30% e 60% nos internos na UTI, com uma perda de 4% a 5% da força muscular periférica por semana durante o período de imobilidade. O paciente crítico quando imobilizado pode apresentar aumento do tempo de hospitalização e de seus custos, maior dependência nas Atividades de Vida Diária (AVD’s), apoio familiar e maior tempo de recuperação após a alta, decorrentes do comprometimento dos diversos órgãos e sistemas. A mobilização precoce se refere ao fato de iniciar com as atividades de mobilização, logo após as alterações fisiológicas do paciente estarem estáveis, sendo assim uma ação precoce onde não é necessário a alta da unidade de terapia intensiva nem da ventilação mecânica (MOTA, et al., 2012a).
DA SILVA SANTOS, et al., (2020) cita que no passado acreditavam que a imobilidade era benéfica ao paciente. Porém, atualmente sabe-se que a imobilidade influencia de forma negativa na recuperação, pois carrega junto dela alterações sistêmicas, como úlceras de pressão, doenças tromboembólicas, atrofia, alteração de fibras musculares e, também podem causar hipotensão postural e taquicardia. Adiar o início dos exercícios apenas colabora para intensificar o déficit funcional do paciente porque a função física e o estado de saúde geral são aprimorados através da realização de exercícios que podem prevenir perdas e debilidades funcionais (FELICIANO, et al., 2019).
A mobilização precoce deve ser aplicada diariamente nos pacientes críticos internados em UTI, tanto naqueles estáveis, que se encontram acamados e inconscientes (sob VM), quanto naqueles conscientes e que realizam a marcha independente (PINHEIRO, et al. 2012b).
“(…) as articulações mais afetadas são a coluna lombar, quadril, joelho, tornozelo, arcos plantares, e, posteriormente, comprometimento também da alimentação e das atividades da vida diária. Nos ossos, ocorre à diminuição da massa óssea e excreção de cálcio excessivo, o que causa a osteoporose por desuso. A reabsorção óssea é feita através de movimentos promovidos pela locomoção, como imobilismo, sendo que essas estruturas são pressionadas e não exercem suas funções (RIVOREDO, et al. 2016 apud DOS SANTOS, et al., 2020).”
Para Reis, et al., (2018) o fisioterapeuta interfere no processo de cronicidade e na perda da funcionalidade com procedimentos avaliativos e condutas terapêuticas, como a mobilização precoce. A fisioterapia é utilizada nesses pacientes como recurso para prevenção da fraqueza muscular, hipotrofia e recuperação da capacidade funcional utilizando-se alternativas como a mobilização precoce, pois ajuda na melhora da função respiratória, diminui os efeitos da imobilidade, além de trazer benefícios físicos e psicológicos aos pacientes, assim como pode acelerar a recuperação do paciente, diminuir a duração da ventilação mecânica e o tempo de internação hospitalar (DA SILVA PISSOLATO, et al., 2018).
Alencar, et al., (2017) afirma que as intervenções fisioterapêuticas em pacientes acamados podem diminuir as mudanças fisiológicas desfavoráveis, que são geradas pela imobilidade. Muitas destas intervenções, como exercícios para membros inferiores, podem beneficiar vários sistemas ao mesmo tempo, pois afetam tanto os ossos longitudinais, como ajuda a promover o tônus muscular e melhora a condição cardiovascular e, ainda, ajudam na redução da perda de cálcio.
No atendimento multidisciplinar oferecidos aos pacientes em UTIs, o fisioterapeuta se faz presente em vários segmentos do tratamento intensivo, tais como atendimento a pacientes críticos que não necessitam de suporte ventilatório; assistência durante a recuperação pós cirúrgica, com o objetivo de evitar complicações respiratórias e motoras; assistências a pacientes graves que necessitam de suporte ventilatório (ALVES, 2012c).
“(…) através da pesquisa feita pela Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva (ASSOBRAFIR) (2006) as principais técnicas e procedimentos utilizados pelos fisioterapeutas nas UTI’s brasileiras são remoção de secreção, reexpansão pulmonar, aspiração, mobilização, bag squeezing, inspirômetro de incentivo, treinamento muscular respiratório, exercícios com RPPI, flutter, manovacuometria e estimulação (DOS SANTOS et al., 2015).”
Machado, et al., (2016) faz menção da pesquisa realizada pela European Respiratory Society and European Society of Intensive Care Medicine, que estabelece uma seqüência de intensidade do exercício, uma hierarquia de atividades de mobilização na UTI: mudanças de decúbitos e posicionamento funcional, mobilização passiva, exercícios ativo-assistidos e ativos, uso de cicloergômetro na cama; sedestação beira leito; ortostatismo, caminhada estática, transferência da cama para poltrona, exercícios na poltrona, caminhada e estimulação elétrica neuromuscular.
Nos exercícios realizados no leito com o paciente não responsivo (sedado ou em coma) a conduta é realizada pelo Fisioterapeuta passivamente, para evitar escaras e úlceras de decúbito e outras complicações associadas ao imobilismo, pois além do posicionamento no leito é realizada a mobilização precoce passivamente (flexão, extensão, rotação e exercícios metabólicos), esta técnica visa preservar as funcionalidades minimizando a presença de fibrose nas articulações que pode levar a atrofia das estruturas musculares periféricas (DOS SANTOS PAULO, et al., 2020).
“(…) Em um estudo prospectivo de coorte realizado em uma universidade, demonstraram que uma equipe que utilizou um protocolo de mobilização iniciado precocemente conseguiu fazer com que os pacientes avaliados recebessem a reabilitação de maneira segura, não aumentando os custos e diminuindo os cuidados intensivos e o tempo de permanência hospitalar (MORRIS, et al. 2008 apud FEITOSA, et al., 2014).”
Para Oliveira e Souza (2014) apud Da Silva Santos (2020), a fisioterapia é uma das principais aliadas na reabilitação hospitalar. A humanização do tratamento hospitalar não foca em específico em um único propósito, pois há um campo amplo de atuação fisioterapêutico que tem como objetivo prevenir, tratar e minimizar as complicações cinético-funcionais. O fisioterapeuta é um dos trabalhadores que tem como principal instrumento as mãos e utiliza o toque no corpo do paciente da forma mais eficaz possível, o que, portanto não permite que suas intervenções terapêuticas sejam desumanizadas.
A reabilitação precoce vem mostrando ser um tratamento confiável e seguro, promovendo independência nas realizações de atividades de vida diária, melhorando a função física e tornando mais fácil o retorno às atividades após o período de repouso, visto que diminui a fadiga e a dispnéia. A reabilitação precoce vinha sendo associada com outros casos clínicos, sendo um deles a fraqueza muscular adquirida na UTI (MURAKAMI et al., 2015).
- MATERIAIS E MÉTODOS
O presente artigo resultou de uma revisão da literatura, em que foi realizada uma busca de dados de fevereiro de 2021 a outubro de 2021, através da pesquisa nas seguintes bases de dados: Scielo (Scientific Eletronic Library Online), PEDro ( Physiotheray Evidence Database), MedLine (United States National Library of Medicine). Para a busca de material foram usados os seguintes descritores isolados ou combinados: Fisioterapia; mobilização precoce; mobilização precoce no tempo de internação em UTI; fisioterapia na unidade de terapia intensiva.
Após o levantamento bibliográfico, realizou-se uma leitura seletiva, utilizando como critério de inclusão os artigos publicados de 2012 a 2021, artigos em português, aqueles que faziam referência a aspectos relacionados aos descritores e que tinham relevância acerca do tema em questão. Foram excluídos da pesquisa os artigos sobre mobilização precoce de pacientes que não estavam internados em UTI, os que não faziam menção a nenhuma intervenção relacionada à mobilização precoce e os artigos publicados antes do ano de 2012.
Fluxograma – processo de seleção dos artigos
- RESULTADOS E DISCUSSÃO
A presente pesquisa bibliográfica resultou, inicialmente, na obtenção de 22 artigos que estavam de acordo com os descritores citados anteriormente. Destes, 16 artigos estão de acordo com os critérios citados acima e que serão apresentados no quadro abaixo.
Autor | Tipo de Pesquisa | Tema da Pesquisa | Ano | Resultados |
ALENCAR, et al. | Revisão de Literatura | Redução das Complicações do Imobilismo no Paciente Acamado Através da Atuação Multiprofissional: projeto de interveção. | 2012 | Mobilização precoce no leito e fora dele promove a independência e melhora a capacidade funcional. |
ALVES, Andréa Nunes. | Revisão de Literatura | A Importância da Atuação do Fisioterapeuta no ambiente hospitalar. | 2012 | Reforça a eficácia da atuação fisioterapêutica no ambiente hospitalar durante as 24 horas. |
MOTA, et al. | Revisão de Literatura | A Segurança da Mobilização Precoce em Pacientes Críticos: Uma Revisão de Literatura. | 2012 | Assegura a mobilização precoce como uma intervenção segura que pode ser realizada em pacientes críticos internados em uma UTI. |
PINHEIRO, et al. | Revisão de Literatura | Fisioterapia Motora em Pacientes Internados na Unidade de Terapia Intensiva: Uma Revisão Sistemática. | 2012 | Conclui que a fisioterapia motora é uma terapia segura e viável a pacientes críticos, podendo minimizar os efeitos deletérios a imobilidade prolongada. |
FEITOZA et al. | Revisão de Literatura | Eficácia da Terapia Motora em Unidades de Terapia Intensiva, com Ênfase na Mobilização precoce. | 2014 | Mostra como benefícios menor mortalidade, menor tempo de intubação e menor permanência na UTI. |
DOS SANTOS, et al. | Abordagem Descritiva | Relação entre Mobilização Precoce e Tempo de Internação em uma Unidade de Terapia Intensiva. | 2015 | Recursos empregados na mobilização precoce podem ser otimizadas para enfatizar exercícios que acelerem sua melhora e conseqüente liberação da UTI. |
MURAKAMI, et al. | Estudo transversal retrospectivo | Evolução Funcional de Pacientes Graves Submetidos a um Protocolo de Reabilitação Precoce. | 2015 | Os resultados sugerem que o tipo de diagnóstico, clínico ou cirúrgico, não é definidor da resposta positiva ao protocolo de reabilitação precoce. |
MACHADO, et al. | Revisão de Literatura | Intervenções Fisioterapêuticas para Mobilizar Precocemente os Pacientes Internados em Unidades de Terapia Intensiva: Estudo de Revisão. | 2016 | Considera como principais intervenções fisioterap êuticas para mobilizar precocemente: prancha ortostática,alongamento passivo nos quatro membros, mobilização passiva, posicionamento articular, exercício ativo assistido, ativo resistido e sedestação. |
RODRIGUES, et al. | Revisão de Literatura | Mobilização Precoce para Pacientes Internados em Unidade de Terapia Intensiva: Revisão Integrativa. | 2017 | Consideram que a mobilização precoce, quando oportunamente indicada e eficazmente realizada, traz claros benefícios aos pacientes. |
DA SILVA PISSOLATO, et al. | Abordagem integrativa | Mobilização Precoce na Unidade de Terapia Intensiva Adulta. | 2018 | Melhora favorável na força muscular respiratória e periférica e diminuição no tempo de internação do paciente em UTI, devido a mobilização precoce. |
REIS, et al. | Revisão de Literatura | A Importância da Mobilização Precoce na Redução de Custos e na Melhoria da Qualidade das Unidades de Terapia Intensiva. | 2018 | Considera que a fisioterapia é indissociável nas unidades de terapia intensiva, reduz os custos hospitalares e contribui para diminuição do tempo de internação. |
DE CASTRO, et al. | Revisão de Literatura | Benefícios e Métodos da Mobilização Precoce em UTI. | 2019 | Considera que nas primeiras 24 horas de internação pode-se iniciar a mobilização como um procedimento benéfico e seguro para pacientes críticos. |
FELICIANO, et al. | Ensaio clínico | A Influência da Mobilização Precoce no Tempo de Internamento na Unidade de Terapia Intensiva. | 2019 | Ganho significativo da força muscular inspiratória apenas no grupo de mobilização precoce. |
DA SILVA SANTOS, et al. | Abordagem qualitativa | A intervenção da Fisioterapia na Mobilização Precoce em Adultos Dentro de uma Unidade de Terapia Intensiva-UTI. | 2020 | O Fisioterapeuta dentro da equipe multidisciplinar de uma UTI é indispensável para garantir sobrevida e qualidade de vida. |
DE FREITAS et al. | Revisão de Literatura | Intervenção da fisioterapia na mobilização precoce em unidade hospitalar com ênfase em UTI. | 2020 | Evidencia que a mobilização precoce pode promover a recuperação mais rápida do paciente internado em UTI. |
DOS SANTOS PAULO, et al. | Revisão quantitativa | Mobilização Precoce a Prática do Fisioterapeuta Intensivista: Intervenções e Barreiras. | 2021 | Estratégias de moblização mais usadas pelos fisioterapeutas durante internação: sedestação, cicloergômetro e transferência leito/ poltrona. |
- Eficácias da fisioterapia na mobilização precoce dentro da unidade de terapia intensiva (UTI).
Para Feliciano, et al., (2019), embora existam poucos estudos sobre a mobilização em pacientes internados na UTI, o benefício terapêutico vem comprovando a real necessidade de uma intervenção cinesioterapêutica precoce, a fim de evitar deficiências e abreviar a alta hospitalar. No Brasil, embora os fisioterapeutas estejam mais presentes nas UTI’s, sua atuação difere em cada instituição não estando seu papel bem definido (NOZAWA, et al., 2008 apud ALVES, 2012).
Segundo Reis (2018), O fisioterapeuta em UTI tem sido cada vez mais solicitado, e sua atuação, cada vez mais cotidiana, já que esse profissional contribui no tratamento global do paciente. A diminuição funcional em pacientes de UTI relaciona-se diretamente com o tempo de permanência na UTI e a ventilação mecânica prolongada, em decorrência da imobilidade prolongada. A mobilização precoce gera, além da melhora da qualidade de vida do paciente, benefícios ao hospital (DA SILVA SANTOS, 2020).
Mota (2012a) diz que os benefícios da mobilização incluem melhora da função respiratória, redução dos efeitos adversos da imobilidade, melhora do nível de consciência, aumento da independência funcional, melhora da aptidão cardiovascular e aumento do bem- estar psicológico. A fisioterapia como ciência, por meio do movimento humano e suas variáveis, é capaz de promover a recuperação e preservação da funcionalidade motora (MACHADO et al., 2016 apud DE FREITAS, 2020).
Machado et al., (2016) assegura que o fisioterapeuta dentre as várias funções dentro de uma UTI, atua sobre os efeitos causados pela imobilidade do paciente restrito ao leito, bem como, a diminuição do tempo de permanência na UTI, interferindo no processo de cronicidade e na perda da funcionalidade.
- De que forma o fisioterapeuta pode atuar para reduzir a perda de funcionalidade e o tempo de internação.
Na assistência ao paciente crítico, o fisioterapeuta é o responsável pela identificação das desordens cinético-funcionais, bem como determinar o modelo mais correto de intervenção precoce, sua viabilidade, constância, frequência e interrupção (DOS SANTOS PAULO, et al., 2021).
Para Rodrigues, et al., (2017) a fisioterapia auxilia na manutenção das funções vitais de diversos sistemas corporais, pois atua na prevenção e/ou no tratamento das doenças cardiopulmonares, circulatórias e musculares, reduzindo assim a chance de possíveis complicações clínicas, também possui o objetivo de trabalhar a força dos músculos, diminuir a retração de tendões e evitar os vícios posturais que podem provocar contraturas e úlceras de pressão.
Os protocolos de MP em pacientes sob VM utilizada pelos pesquisadores incluem alongamento passivo; mobilização passiva; posicionamento articular; exercício ativo assistido; transferência de deitado para sentado; exercício ativo-assistido; cicloergometria para membros inferiores; transferência de sentado para cadeira; postura ortostática; e exercício contra-resistido (DOS SANTOS et al., 2015). No suporte ventilatório o fisioterapeuta tem importante participação, auxiliando na condução da VM, desde o preparo e ajuste do ventilador artificial à intubação, evolução do paciente durante a VM, interrupção e desmame do suporte ventilatório e extubação (ALVES, 2012).
Assim, da Silva Pissolato, et al., (2018), mostra que com a mobilização precoce na UTI pretende-se manter ou aumentar a força muscular e a função física do paciente, incluindo assim atividades terapêuticas progressivas, como exercícios de mobilidade no leito, sentado na beira do leito, em ortostase, transferência para uma poltrona e deambulação.
Nos exercícios realizados no leito com o paciente não responsivo (sedado ou em coma) a conduta é realizada pelo Fisioterapeuta passivamente, para evitar escaras e úlceras de decúbito e outras complicações associadas ao imobilismo, pois além do posicionamento no leito é realizada a mobilização precoce passivamente (flexão, extensão, rotação e exercícios metabólicos), esta técnica visa preservar as funcionalidades minimizando a presença de fibrose nas articulações que pode levar a atrofia das estruturas musculares periféricas (DE FREITAS et al., 2020).
Para Da Silva Santos, et al., (2020) a fisioterapia atua não somente na reabilitação, mas na prevenção de mais complicações que possam vir a oferecer declínio a seu estado de saúde, o qual já apresenta certa fragilidade.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a presente pesquisa pôde-se concluir que a fisioterapia, com a mobilização precoce, dentro da unidade de terapia intensiva (UTI) é essencial para a diminuição no tempo de internação, para melhora de funções e para reabilitação das AVD’s no paciente pós UTI.
Ressalta-se ainda que através desta pesquisa, foi concluído que quanto mais rápido o fisioterapeuta intervir com a mobilização precoce, melhores serão os resultados com o paciente, pois a mobilização precoce quando iniciada logo nos primeiros dias de internação, diminui o tempo de VM, melhora a função pulmonar, diminui edemas e úlceras de pressão, além de proporcionar mais qualidade na internação do paciente.
É também de suma importância fazer com que o fisioterapeuta esteja incluído dentro da equipe multidiciplinar e que este seja presente dentro da UTI, dando todo suporte necessário para a reabilitação e qualidade durante a internação e na pós internação.
6 REFERÊNCIAS
- ALENCAR, Lívia Raquel Ribeiro de; ANDRADE, Fabrícia Castelo Branco de. Redução das complicações do imobilismo no paciente acamado através da atuação multiprofissional: projeto de intervenção (2017).
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- DA SILVA SANTOS, Jennifer; BORGES, Alex Rodrigo. A intervenção da fisioterapia na mobilização precoce em adultos dentro de uma unidade de terapia intensiva-uti. Scientia Generalis, v. 1, n. 2, p. 11-22, 2020.
- DA SILVA PISSOLATO, Jéssica; FLECK, Caren Schlottfedt. Mobilização precoce na unidade de terapia intensiva adulta. Fisioterapia Brasil, v. 19, n. 3, 2018.
- DE CASTRO, Antônio Adolfo Mattos; HOLSTEIN, Juliana Martins. Benefícios e métodos da mobilização precoce em uti. Life Style, v. 6, n. 2, p. 7-22, 2019.
- DE FREITAS, Eder Moreira; MIQUELOTE, Audrei Fortunado. Intervenção da fisioterapia na mobilização precoce em unidade hospitar com ênsafe em uti. Teoria & Prática: Revista de Humanidades, Ciências Sociais e Cultura, v. 2, n. 1, p. 14-26, 2020.
- DOS SANTOS, Fernanda et al. Relação entre mobilização precoce e tempo de internação em uma unidade de terapia intensiva. Gestão e Saúde, v. 6, n. 2, p. Pag. 1394-1407, 2015.
- DOS SANTOS PAULO, Francisca Vitória et al. Mobilização precoce a prática do fisioterapeuta intensivista: intervenções e barreiras. Revista Pesquisa em Fisioterapia, v. 11, n. 2, p. 298-306, 2021.
- FELICIANO, Valéria et al. A influência da mobilização precoce no tempo de internamento na Unidade de Terapia Intensiva. Assobrafir Ciência, v. 3, n. 2, p. 31-42, 2019.
- FEITOZA, Carla Lima et al. Eficácia da fisioterapia motora em unidades de terapia intensiva, com ênfase na mobilização precoce. RESC, v. 4, n. 1, p. 19-27, 2014.
- MACHADO, Alessandra Soares; NUNES, Rodrigo Disconzi; REZENDE, Adriana Arruda Barbosa. Intervenções fisioterapêuticas para mobilizar precocemente os pacientes internados em unidades de terapia intensiva: estudo de revisão. AMAZÔNIA: SCIENCE & HEALTH, v. 4, n. 2, p. 41-46, 2016.
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- MURAKAMI, Fernanda Murata et al. Evolução funcional de pacientes graves submetidos a um protocolo de reabilitação precoce. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, v. 27, p. 161-169, 2015.
- PINHEIRO, Alessandra Rigo; CHRISTOFOLETTI, Gustavo. Fisioterapia motora em pacientes internados na unidade de terapia intensiva: uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, v. 24, n. 2, p. 188-196, 2012b.
- REIS, Geovane Rossone et al. A importância da mobilização precoce na redução de custos e na melhoria da qualidade das unidades de terapia intensiva. Revista de Atenção à Saúde (ISSN 2359-4330), v. 16, n. 56, p. 94-100, 2018.
- RODRIGUES, Gleica Sampaio et al. Mobilização precoce para pacientes internados em unidade de terapia intensiva: revisão integrativa. Rev Inspirar Mov Saude, p. 27-31, 2017.